A VIDA NO SERTÃO
( RELATO DE UM SERTANEJO ) Pele queimada do sol, mas, não é sol da praia não, esse corpo maltratado, é do sol do meu sertão. A vida aquí no sertão, é uma eterna rotina, da hora que o dia amanhece, até a hora que ele termina. Nossa vida, começa de madrugada, a muher e a filharada, todo mundo se levanta, com o canto da passarada. Olho pro céu prá saber, se o dia vai ser bom, vejo nuvens carregadas, ouço do trovão , o som. Tomo um gole de café preto, pego meus instrumentos, e, vou logo chamando a mulher, prá ajeitar o meu jumento. Peço a proteção do alto, e, faço o sinal da cruz, beijo a mulher e a meninada, e, parto prá mais uma jornada. Que beleza de se vê, a horta e a plantação, o milharal , lá no alto, alegra meu coração. Noutro cantinho de chão, começo a trabalhar, limpo a terra, aro tudo, pro meu feijão eu plantar. Passo o dia inteiro plantando, pois sei que logo vou ter, feijão, milho e verdura, prá minha família comer. Quando acabo de plantar, sinto Deus abençoar, aquele pedaço de terra, que há de frutificar. Chegou a hora de colher, o alimento que a terra me deu, encho os cestos com alegria, prá voltar pro canto meu. E, pego de volta a estrada, prá minha família encontrar, e, chego em casa à tardinha, antes da noite chegar. A chegada é uma festa, que me alegra a alma, ver o sorriso dos filhos, e, o abraço da mulher amada. É assim que é a vida, do povo do meu sertão, mas, antes de me deitar, estendo pro céu as mãos, agradecendo ao meu Deus, seu amor, sua proteção. florzinh@ MARIA SOCORRO
Enviado por MARIA SOCORRO em 18/11/2005
|